PRA MORRER




Duas mulheres não fazem um terceiro ser.
Não copulam a flor de cabeças e braços, pernas...
Se eu pudesse amar outra mulher, talvez abortasse o ódio,
queimasse o fel, o gozo no pau do homem
Talvez essa mulher de dedos de fado e doce mel
me tocasse tão dentro e profundo
que a dor sem medos gritasse “Estou fora de ti,
quero morrer com o gado no abate a paulada e corte”.
Quem seria essa mulher, pois todas me invejam?
“Tu és a mais bela, a que fede mais a sexo selvagem. Morrerás só.”
Mulher de negro como eu,
de escuro claustro e lâmina de língua, me possua
Minha vida, pois, já é tua.