ÓDIO DE MÃE

 Meus donos os foram muitos
- os que me possuíram
- os que me julgaram
- os que me mandaram
- os que me bateram
- os que me ignoraram
- os que me humilharam
- os que me faleceram

 




















Homens sujos, sem caráter.
Medíocres, burros.
Nunca souberam que minha mãe
mora dentro de mim
e a tudo provê.

Minha mãe é o ódio de não ter morrido ainda botão
E se não morri, é da mãe-ódio
o alimento de minhas veias
E a cada dia vivo mais.
O ódio cresce e não me deixa morrer.
É esse meu orgulho.
Ficar aqui nesta terra.
Viver o não-viver.