ESTAÇÕES


Me desmancho à luz da aurora
ao fim frio do outono
onde embrulho meu coração
guardado na gaveta
esperando a próxima primavera
O inverno chega em meu corpo,
carvão sem brasa.
Não podendo gemer o frio
meu corpo fala a falta de roupas adequadas
Sem luz na masmorra
meu corpo só acende com lenha branca enfiada a ânus e vagina

O coito não dura uma estação
Noite e dia, lentidão chovida
frio e solidão, alma esquecida
Vida de escrava não acaba
no vão das horas
Não acaba na imploração
de ir embora da terra
Quero tanto o corpo
só o corpo ficando frio
Quero morrer no verão.