CENA

A barca, a carga, a marca no negro torso.
A alma, a palma, a lama nos pés mulatos
A cara, a casa branca, a senzala junto ao curral
Curra o negro
Cura o açúcar, o cacau, o café pro sinhô ganhá mais e te matá, povo de Guiné
Tanto trabalho preto, tanto ouro, pra  quem é ?
Sinhazinha gasta tanto, sapato no pé, sombrinha na mão, corrente camafeu.
Três nêgas limpando o chão.